23 janeiro 2006

Evo Morales

Ontem, assumiu a presidência da Bolívia, o líder cocaleiro, Evo Morales, “insensado” mundialmente por ser o primeiro indígena a assumir o cargo mais importante do pais andino. A ultima unanimidade foi a eleição de um ex-operário à Presidência brasileira.
A eleição de Evo com a maioria dos votos no primeiro turno, fato que nunca ocorrera no período republicano boliviano, desorientou a direita que espera os primeiros meses de governo para indicar o caminho a seguir.
No sábado, 21/01, em uma cerimônia mística Evo contraiu o compromisso mítico com a Pachamama (a mãe terra) e com o Tata Inti (pai sol), em um ritual organizado pelos povos indígenas dessa região, os aymaras, sendo empossado como dirigente máximo das nações indígenas, recebendo o bastão do mando terreno dos povos originários dos Andes bolivianos; o evento contou com a presença de mais de 20 mil pessoas, entre elas o primeiro-ministro José Luis Zapatero que vestia uma poncho listado – chamada chompa na Bolívia
Na cerimônia de posse, Morales descumpriu por inúmeras vezes o cerimonial, entre elas, dispensou o uso do traje formal, ao receber a faixa presidencial não fez o sinal da cruz (o catolicismo é a religião oficial).
No seu discurso de posse lembrou a marginalização, humilhação, desprezo aos mais de 60% da população de origem indígena. Exortou a liderança regional de vários presidentes latino-americanos, entre eles, Lula e Fidel. Foi categórico ao afirmar que aceita discutir com os Estados Unidos, um acordo para a luta contra o narcotráfico, mas não contra os cocaleiros, afirmando que esse fato não deve ser desculpa para que os norte-americanos submetam os países latinos.
Hoje (segunda), deu posse ao seu Gabinete ministerial, não esquecendo a sua origem indígena, as mulheres, os socialistas. Foram empossados 12 homens e 4 mulheres (fato inédito na Bolívia). Os destaques são a escolha de um intelectual indígena para o ministerio das Relações Exteriores, um líder comunitário para cuidar dos recursos hídricos e um analista do setor de energia e jornalista para comandar a indústria dos hidrocarbonetos.
Disse aos ministros: "Quero corrupção zero, burocracia zero, nada de 'volte amanhã'. As pessoas estão cansadas disso", vestindo a malha listrada que virou símbolo de seu estilo informal.
A Bolívia é o país mais pobre da América do Sul, com cerca de dois terços da população vivendo na pobreza, a maioria de origem indígena.
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